Metroid: Kraid

terça-feira, 25 de agosto de 2009
Caminhava focado, quase sem ver o que existia à minha frente, guiando-me pelos sons que vinham do fundo daquela caverna;
Lugar úmido, ouvia algo pingando mesmo que não houvesse sentido anteriormente nada molhado, tinha certeza que aquilo não me guardava algo bom, mas a curiosidade superou o medo e segui à frente, relembrando cada conselho que estava jogando ao chão e pisoteando; ignorando tudo que aprendi nos anos anteriores por um sentimento que consumia meu ser.

Desejo meu de descobrir encontrou-se com uma barreira, física; buscava um contorno, uma forma com as mãos, era redondo porém rígido, grande, quase o dobro de meu tamanho, se pudesse dizer.
parecia pesado e com certeza não era uma superfície macia, mas um pequeno contato entre essa "parede" e minha mão já havia feito com que um líquido escoasse por ela.

Meu tato desaparecia, estranhava que não conseguisse mais sentir aquela parede, quando ouvi um som conhecido, como se estivesse abrindo, rachando.
Um certo brilho fez-se real, pequeno porém o bastante para tentar me cegar, não sabia de onde vinha mas não era grande, ao menos me fez cobrir os olhos.

"Não se tapa o Sol com peneira."
Surpreso estava, ao descobrir a origem daquele líquido e o motivo da perda de meu tato:
A "parede" não passava de um ovo, embora aquele brilho avermelhado fizesse claro à mim que o líquido era sangue.
Mas eu não sentia dor alguma, mesmo com as mãos destroçadas, não sentia nada nem ao ver aquilo.

E, nesse momento, percebi que estava louco.
Loucura que cresce vagarosamente porém de modo exponencial, implanta-se sorrateira, sutil e, aos poucos... deixa seu som ecoar, pelos meus pensamentos, por toda minha cabeça; hipnotiza, domina.

Meus olhos parecem querer serem arrancados, exprimem uma vontade toda nova de sair de meu controle, uma sensação exaustiva que logo leva este que vos fala aos joelhos, mirando somente a monstruosidade verde que aogra, em seus primeiros momentos de vida, presencia os meus últimos.

Foi somente um som, um som tranquilo numa caverna escura, que começou zumbindo palavras antigas e estranhas, frases dotadas de sentido mas carecendo forma; apoderou-se de cada espaço do meu pensamento, escolhendo o quê e quando pénsaria, cegando-me com a sua luz única e forte ao meio da escuridão do ambiente.

Achava estar me afogando, e a ironia era exatamente que estava; me afogando no ar que antes respirava, revirando o corpo e gravando em minha mente, a imagem da criatura verde e seus olhos rubros, brilhando como jóias enquanto esboçava um tipo de sorriso, seus dentes brilhantes e pontiagudos a refletir o brilho de meu sangue.

http://www.youtube.com/watch?v=0vPBp5I0s4U&feature=related

1 comentários:

# Poetíssima Prida disse...

Meu Deus..
sinestesia pura..

Passei por aqui!
Estava com saudades!

Abraços, Sazabi!
hohoho! :3

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