Dona

sábado, 29 de janeiro de 2011
Senhora do tempo imutável, dos animais de boa índola, mestra do meu estranho passado, querida do incerto futuro.
Guardião da improvável felicidade, matriarca de uma série de seres provenientes da felicidade.

Por momentos onde passas, por vias onde transcende, por palavras que encanta, pelo charme que espalha, pelo olhar que atrapalha a concentração dos jovens cujos punhos estão a tomar o rebanho dos homens, num caminho sem dita profissão, vivendo a cada momento, uma estranha sensação.

Um poder que nos espanta, mais uma a vir sorrir, gente que desencanta, e ninguém a ver que estou aqui, em meio à distração de um público que respira em vão, contaminados pela cegueira, de forma e tal, que apenas falham em absorver o que não lhes é real.

Numa beleza tão intensa que o olhar dispensa, um ato, gesto de mulher, um tiro que a sala cruza sem pensar, uma besteira que veio do simples amar. Sem causa, pausa ou explicação, o corpo foi logo ao chão; Sem ferimentos, dores ou má-criação, caiu apenas pela comoção, para instigar a dor no coração, e assim continuou, falecido ao chão.

O pânico lhe subiu os ares, a calma desceu dois andares.
E veio então lhe dizer, num jeito afobado de ser, que aquilo que buscava entender nada mais era que o próprio 'ser'.
Mas era inútil dizer à Dona.

Pois ao título juz fazia.

http://www.youtube.com/watch?v=kMcKwrtcXCQ

Nuvem Passageira

terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Fui querer me prender quando sempre desejei me libertar, foi desejar uma luta interna, interminável, infindável.
Bela e horrenda, de feridas desferidas com a única razão de... sobreviver.

E não é confiar ou desconfiar, é uma questão de egoísmo, de solidão, de variar o conteúdo de cada questão, de se perguntar tanto que a vida acaba prendendo o tempo naquele lugar.
Numa corrida sem cansaço mas com passos cada vez mais pesados, numa rua clara e escura, onde piscam as luzes da determinação, aparecendo e fugindo, sempre à frente na sua maliciosa brincadeira cheia de provocações.

No fundo, tudo é doce e está na minha vez de quebrar os dentes nessa felicidade de 15 minutos.
Sem descanso, sem descaso, sem esperança, pouco caso, felicidade perdida, dor concentrada, dentes lindos, sorriso chateado, vida feliz, menino atordoado.

Influências esperando, moedas caindo, adultos chorando, crianças sorrido, vice-versa, tardes molhadas e palavras ao vento jogadas, conversa fora, desejos dentro, olhares suspeitos, coxinha a R$3,50.

E mamãe dizia para que vivesse a vida.
E vivi.
Bom, tentei ao menos.
Deu certo não.
Ficou a saudade
Escrita em várias linhas
Descrita em vários versos
Com muitas palavras
Quinhentas maneiras
Pouco significado
Eterna barreira.

... Como uma nuvem passageira, que com o vento se foi.
Minha vida parou, e nessa esperançazinha, o mar não a levou.

http://www.youtube.com/watch?v=KQUIwUXbHRQ