Dona

sábado, 29 de janeiro de 2011
Senhora do tempo imutável, dos animais de boa índola, mestra do meu estranho passado, querida do incerto futuro.
Guardião da improvável felicidade, matriarca de uma série de seres provenientes da felicidade.

Por momentos onde passas, por vias onde transcende, por palavras que encanta, pelo charme que espalha, pelo olhar que atrapalha a concentração dos jovens cujos punhos estão a tomar o rebanho dos homens, num caminho sem dita profissão, vivendo a cada momento, uma estranha sensação.

Um poder que nos espanta, mais uma a vir sorrir, gente que desencanta, e ninguém a ver que estou aqui, em meio à distração de um público que respira em vão, contaminados pela cegueira, de forma e tal, que apenas falham em absorver o que não lhes é real.

Numa beleza tão intensa que o olhar dispensa, um ato, gesto de mulher, um tiro que a sala cruza sem pensar, uma besteira que veio do simples amar. Sem causa, pausa ou explicação, o corpo foi logo ao chão; Sem ferimentos, dores ou má-criação, caiu apenas pela comoção, para instigar a dor no coração, e assim continuou, falecido ao chão.

O pânico lhe subiu os ares, a calma desceu dois andares.
E veio então lhe dizer, num jeito afobado de ser, que aquilo que buscava entender nada mais era que o próprio 'ser'.
Mas era inútil dizer à Dona.

Pois ao título juz fazia.

http://www.youtube.com/watch?v=kMcKwrtcXCQ

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