Tears in Rain

domingo, 13 de dezembro de 2009
E se o tempo estivesse acabando?
Se a pressão do mundo caísse sobre seus ombros, o fim se aproximasse e você quisesse mais?

Nostalgia do drama, de se deparar com a falta de soluções, com o início do fim, de olhar e encarar a própria mortalidade, cara a cara...
Nesses momentos alguns re-avaliam, as decisões que fizeram até agora e as que ainda podem fazer nos poucos minutos que sabem ter de vida, outros se acovardam, outros buscam um lugar querido, seguro; Se rodear de amigos, se afastar do mundo.

Talvez seja essa a pressão, a de saber que logo se vai e de se querer ficar, a tristeza de ver todas as suas memórias, todos os seus grandes momentos se esvaindo na cortina do tempo... como lágrimas durante a chuva.

Eu gostaria de poder, quando bem entender, saber meu fim, sem ter de eu mesmo forjá-lo.
Talvez aí eu desse o valor merecido às minhas memórias, desse valor para a minha imaginação, o poder universal da criação.

Me disseram por aí que só damos valor quando perdemos, mas acho que isso se deve ao fato que tememos sequer pensar na possibilidade de perder algo, quanto mais tentar experimentar dessa perda sem ao menos realizá-la.
Se bem que... a vida sem suas tragédias não teria tanta graça.

http://www.youtube.com/watch?v=a_saUN4j7Gw

To Love Somebody

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Você me conta das suas crenças, como todos devem ter controle sobre a própria vontade, sobre si mesmos, mas soa a mim como uma grande hipocrisia, dados os seus próprios sentimentos, sua falta de tato, de percepção.

Aconselhe aqueles que necessitam com palavras corretas, nao com opiniões adversas; afinal de contas, até mesmo a verdade tem seus momentos onde não se faz necessária, não?
Mas a solução continua sólida, parada no tempo naquele local bem ao fundo do coração, onde só compensa procurar por último.

É só seguir em frente...
Só deixar de lado seus desejos, suas vontades e assim, do nada, apagar e recomeçar.
Falta de consideração.

De quem se conforma, de quem não se importa em não fazer o que quer e ficar somente com o que pode.
Não sei se é medo ou ambição, que motiva a não querer desistir fácil assim, na cara da decepção.
Só não desejo repetir, mais uma vez, que ninguém é igual a você.

Toda mensagem sem destinatário precisa de um ponto final, uma mensagem de efeito, que construa, que quebre, que faça, que conserte.
Então voltemos a conversar, mas depois e só depois, de você descobrir como é amar alguém que não dá a mínima pra você.

http://www.youtube.com/watch?v=ykU8iSKkJR0

Balamb Garden

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Sino...
Um sino estranho, que não soa como sino e sim como um anjo, calmo, que vem consolar-me com seus pensamentos...
Onde o sol não é quente e a luz não atrapalha, um jardim em que mesmo durante uma guerra a paz reinaria.


Somente um pequeno vento, arrastando as poucas folhas do chão para que pudessem dizer que ali existia som;

Lembro-me da cafeteria, jovens e suas cartas, conversas jogadas fora e a fila para a cantina.
Mesas todas limpas e atendentes educadas, memórias que tem seu jeito de tenderem a um lado positivo.
Os corredores lisos, decorados, inspiravam uma sensação de paz e turbulência, era fechado e aberto, fosse na Sala de Treino, nos Dormitórios, no Corredor ou estacionamento, era em qualquer lugar ali que eu gostaria de estar.

Mas o que fazer quando nem ali se consegue adaptar? Quando não se tem lugar no céu... que fazemos?
Fosse a falta de amizades ou companhias que deixaram o garoto tão amargurado, frio e solitário, sua história não seria essa.
Fosse a decepção de ações erradas o que destruiu sua vontade, seu desejo de sequer discordar, os eventos não teriam tomado o rumo que tomaram.

Mas na noite do baile, foi ele quem rejeitou e foi rejeitado, odiando-se por ser tão fiel às expectativas por ele mesmo criadas, pelo seu único medo: a Decepção.

No fim da noite, lá estava ele, a contemplar as estrelas em seu pequeno quarto, tentando, mesmo no paraíso, viver isolado, só.
Para algumas pessoas não importa o local ou a multidão, nunca sentimos aquela sensação de grupo, sempre no isolamento, seja por opção ou obrigação, só junto de alguém que descobrimos nosso lugar.

Mas que atitude tomar? Ele havia tentado quase todas.
Não queria ir embora, mas queria achar seu lugar, onde se sentisse alguém ao invés de só mais um, onde pudesse ter seus amigos por perto todo o tempo, e que pudesse deixar de ser tão frio, calculista e inconsolável.

No fim... restou apenas o Sino e o jardim, pois ele não descobriu como resolver seu problema, até encontrar alguém que o ajudasse a descobrir uma resposta.
Eu me pergunto como seriam as coisas se ela tivesse deixado-o de lado, ao invés de o chamar pra dançar naquela única noite.

http://www.youtube.com/watch?v=SE4FuK4MHJs