Fumo

quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Frio... frio sereno, 16º Celsius.
Mas eu não sinto, está perfeito dessa forma, frio, nada convidativo, bom para o repouso, o sono, a solidão, bom para pensar.
Agora começa a ficar interessante, justo pela perda de interesse, o conjunto, o clima, uudo vai morrendo numa curva de crescimento exponencial, onde a falha determina o começo do fim.
Existe a felicidade de um dos lados, em saber que não mais precisa se esforçar, tentar algo que por anos não funcionou comigo.
Por outro, é a morte da esperança, da chance, nascimento da amargura, da maldade, resurgimento da fúria, da raiva, sentimentos "escondidos" atrás de um véu de mentiras feito com o maitor cuidado que pude ter.

"Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro", e não tem como evitar, deixar o pensamento fluir, voar, e acabar voltando a um certo alguém, uma pessoa sempre diferente que causa o mesmo sentimento, a mesma sensação, da solidão.

E de repente, a cor se esvai, volta o mundo ao tom de cinza tão melancólico, simples e real, cor da rotina, da falta de individualidade e do retorno da depressão.
É muito fácil pensar, que pra colorir o mundo só é necessária a iniciativa,. De fato, só isso mesmo, iniciativa, vontade, alegria , só isso que uma pessoa precisa pra começar a colorir seu mundinho, uma parcela de dedicação e uma pequenina quantidade de paciência.

Pouco uso para um sorriso em tempos difíceis, para o sentimentalismo e para a introspecção, quando não há o desejo, o interesse.
Talvez "fazer birra" esteja longe de ser a correta solução, mas correr atrás não funciona, ao contrário, irrita, machuca, joga tempo fora com mentiras e verdades, algumas que não gostaríamos, outras que não acreditamos e a maioria que não desejamos.

Estou em falta, de vontade, paciência, alegria; Cansei e quero que a solução que tanto deseja pare de ser vista com tanta negatividade pelo mundo. Não é de hoje, não é de agora nem do momento, é coisa pensada, repensada e maquinada, solução ao problema e resposta de uma dúvida que tive por toda a vida.

Sem moralismo, sem pensar em terceiros, só para descobrir o porquê, o miserável porquê, a estúpida causa, o ridículo motivo e a doentia razão, de forçar um coração a desobedecer a mente, e procurar ser prioridade pra diferentes pessoas que, ao longo dos anos, só me trataram como remota opção.

Chega.
De amizades, de defeitos, qualidades.
Chega de dar atenção, dedicação, de justificar revolta, de preocupação.
Chega de interesse, chega de vontade, chega de conveniência, chega de dizer a verdade.
Sem rastros de esperança, de felicidade, Sem Drama.

Mais um "último momento", de mãos gélidas que mal sentem, olhos secos mas cheios de lágrimas, que nada reste e nada fique, história esquecida e apagada.
Só um sorriso bobo e sincero, de uma vida vazia e sozinha, nada mais propício a um observador.

"você sempre soube..."

http://www.youtube.com/watch?v=_ukCtEpJk8c&feature=PlayList&p=482D25D7E1FE2223&

Castlevania: Lost Painting

domingo, 11 de outubro de 2009
Por baixo das luzes foscas e amareladas, revelando somente um pequeno pedaço do hall destruído à sua frente, jazia o dono de um rosto quase pálido, branco tal qual o brilho da lua e brilhante como a sua própria vontade;

Prosseguia, andando tão calmo que seus olhos sequer abriam para observar o caminho;
Ignorava as paredes decoradas e toda a estrutura que, mesmo num subterrâneo era esplêndida, trabalho feito e detalhado à mão por nada mais que horas e horas de magia negra.

Logo sentia uma súbita mudança no ar, a umidez se alastrava ao fim da sala quebrada, sentia no ambiente formações rochosas, uma real caverna, completa com estalagmites das quais pingavam poucas gotas de água cristalina, refletindo a imagem de seu branco rosto desinteressado porém determinado.

Neste momento cada passo era diferente, ecoava pela caverna o barulho de sua bota tocando fortemente o chão rochoso e pouco regular; ouvia-se os sons de um verdadeiro pântano, morcegos fazendo barulho, sapos coaxando e insetos pequeninos por toda parte, sua presença não comandava mas se impunha perante as forças do lugar, que pareciam querer dar passagem ao visitante, sequer tentandoo impedí-lo de chegar ao seu tão esperado destino.

Conforme explorava a caverna, não deixava de notar seu azulado brilho natural, a maneira como iluminação era desnecessária e até mesmo um lugar tão "natural" e poderoso não perdia seu ar de realeza, mesmo sendo esse agora um ar úmido e pesado, que anunciava a quantidade imensa de água presente.
Chegava a uma cachoeira, quase artificial mas ainda assim corrente dentro daquela enorme pedra azul, suas águas brilhosas eram diferentes, possuíam um odor nocivo, quase como o de um gás ácido, que atacava as narinas mesmo sem deixar marcas.

Aquela tão bela água era para sua pele o que fogo seria para um humano qualquer e, até mesmo ele, não ousaria desafiar uma fraqueza tão poderosa.

Buscava uma maneira de atravessar a cachoeira, chegar mais ao fundo da caverna pois seu destino se encontra abaixo deste subterrâneo, onde a noite não alcançava seu ser, nas Catacumbas.
Tentou e tentou atravessar aquele lugar, sem nunca tocar no líquido, apenas observando como faria para passar pela água com a maestria e presença que tinha trazido-o até este ponto; Avisado por um negro morcego, o visitante desistiu pelo breve momento e seguiu o curso do rio, tomando conta para que não fosse atrapalhado por criaturas indesejáveis;

Havia sido uma longa jornada até então, com obstáculos beirando o imaginável e extrapolando o concebível, mas seu propósito era chegar ao fundo deste dilema, descobrir a fonte de todo o problema e resolvê-lo num ano anormal que não acontecera de acordo com a lei dos 100 anos.

http://www.youtube.com/watch?v=4wwpof1o2_Y&feature=related

Whirlwind

quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Ventania.
Apaga rastros antigos, marcas do passado. Joga pra longe o bem e o mal de quem já fez ou pensou em fazer, acalma e machuca a pele, aquieta e acorda ódio antigo do passado.

Em meio ao azul jaz o branco, sereno e hostil de uma maneira toda única, exclusiva do seu ser que caminha rápido em pequenos passos, deixando uma pequena trilha vermelha no azul que corta graciosamente.
Inalterado, inafetado no seu ápice de concentração, até mesmo a sombra desse tom de branco não tem forma, a ventania é sua sombra e seu guia, mesmo que não passe de um subordinado.

Embora todo o branco um dia perca sua tão chamada cor, o vermelho, azul e a ventania são constantes, prontos para acompanhar o próximo tom de branco na sua trilha...
Talvez este branco seja marfim, talvez granito, sua consistência comum não condiz com seu estado inabalável, confusa cria que não modifica nem se adapta, sobrevivendo em seu estado absoluto e irreal, invisível.

Coadjuvantes à tudo que os rodeiam, ficam a admirar, procurar este tal branco que tanto ouvem falar; É uma fútil busca a um fútil objeto, criatura vinda da imaginação e fruto de um trabalho que só se conceitua como surreal.

Mas qual objetivo é mais nobre que não a busca?

http://www.youtube.com/watch?v=PPeBMGSTCk0

Folklore: Addendum.

terça-feira, 6 de outubro de 2009
Belgae

Scarecrow

Folklore: To the Unknown World ~ 2

quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Despediam-se ali dois recém-conhecidos, o homem que não possuia rosto, somente um contorno delineado pelas peças que usava, uma máscara, um recatado chapéu, seu casaco e sapatos, parecia um nobre que até mesmo bengala utilizava enquanto o repórter, com uma aparência fria e calculista, como se enxergasse o mundo de uma forma única por trás das lentes brilhantes de seu óculos, trajava um casaco mais longo, com um colete e uma camisa por baixo, equivalente a um escritor de tempos passados, usando roupas discretas e únicas.

Levava consigo o pingente ao que o mascarado desaparecia, evaporava; e seguia para encontrar a garota, dizendo para si que ela era um pedaço maior desse quebra-cabeças do que inicialmente aparentava.
-
Logo que chegara no campo, a menina podia sentir um certo frio, mesmo com suas blusas e jaquetas, essa aura gélida tornava a circulá-la, causando-lhe calafrios, sonolência e certo medo, talvez pelo macabro da situação, pela morte que acontecera mais cedo.
De dentro da escuridão seu ouvido captou uma única voz, uma única palavra que a fez arregalar os olhos de surpresa...
"Ellen"
O som tomava conta de seus ouvidos, ao que, tremendo, a garota virava-se para a escuridão do campo, agora iluminada por um sorriso amarelado, digno de abóboras neste mês especial do ano, embora seus dentes fossem todos de madeira.

Seu medo desaparecia, mesmo que ela desconhecesse o motivo. Avistando a criatura que se aproximava de uma forma peculiar, saltitando em um pé só, sua outra perna ficava, a todo tempo, cruzada, como um "4"; Carregava em sua mão uma pequena lanterna, acesa mas de um brilho fosco e incomparável ao que seu rosto emitia.

Uma forma de total escuridão, feita de palha negra, com um sorriso e olhos esculpidos num verde ressaltavam a impressão daquela figura, trajando roupas simples, referia a si mesmo como o Espantalho, coisa que de fato muito parecia, um espantalho negro e risonho, com o comportamento de um bobo da corte.

Se aproximava da garota como um longo conhecido e. enquanto as palavras ficavam engasgadas, sem saber o caminho para poder perguntar como ele sabia aquele nome, o Espantalho reafirmava sua intenção, dizendo muito que a garota pouco sabia.

Teve dela a confiança ao que entregou-lhe um precioso bem: tirou do saquinho que levava preso à cintura um colar que ela teve somente no fundo de sua confusa cabeça, mas que jurava ser de sua mãe.
O Espantalho a avisava que o colar era a chave para o começo enquanto a garota brilhava seus olhos com receio e esperança, sabendo que estava cada vez mais próxima de descobrir aonde estava sua mãe.

~Continua :3