Amarela?

domingo, 27 de setembro de 2009
Vidas alheias, passando nesse corredor, trocando olhares velozes e vazios, deixando somente uma impressão; criança quieta, brincando sentada no seu mundinho, ouvindo palavrasq eu não sabe o significado atrapalharem a criação de sua jovem cabeça, impedindo seu trenzinho de embarcar na viagem do imaginário.

Criança pequena e sonhadora, querendo segurar na mão o que vê diante dos olhos, os caminhos coloridos de seus brinquedos, as coisas que sua mente e só sua mente tornam uma parcial realidade.
Inocência do coração, do pensamento e dos olhos, que ainda conseguem desmaterializar o real para dar espaço ao surreal, colorir e descolorir a bel prazer, seu pensamento abriga um número incontável de cores, tons e gradientes pra tornar brilhante a partezinha mais interessante da sua existência.

Limitado pelo que não compreende, pelo que não controla, o menino não entende que algo não possa ser feito, não possa ser obtido, afinal de contas, se ele consegue imaginar, porquê alguém não consegue montar?
Inocência e imaturidade que se perdem com o tempo, quando os sonhos se tornam cada vez menos possíveis e as antigas maquinações de sua mente dão espaço para os problemas da realidade.

Crescimento inevitávelmente triste, acompanhado de novas descobertas, nenhuma tão boa quanto as anteriores.
Felicidade agora é algo mais que uma caixa de giz e um papel em branco, é complicada e quase sempre trará uma tristeza pelo caminho.
Sentimentos diferentes. nascidos do nada para consertar aquilo que não estava quebrado.

O menino troca tudo em sua vida, vendo algumas cores tornarem ao cinza e alguns tons de cinza tornarem a ter alguma cor, opiniões sobre tudo se formando e seu mundinho expandindo.
Aquela capacidade da mente de criar e produzir se esvai, ao ponto em que o garoto busca no real algo para substituir o tão esquecido imaginário, para passar o tempo.

No momento em que a sua rua se bifurca em inúmeros caminhos, o menino olha para o lado, para o alto, buscando algum guia, alguma lembrança, alguma coisa.
Alguns tropeçam em qualquer caminho, outros andam com medo, temendo o que vão encontrar, outros engatinham e uns até tentam correr.

No fim, crescidos, se encontram numa certa solidão, única, exclusiva mas ao mesmo tempo, universal.
Buscam no passado outro guia, quem sabe assim achem o desejo de prosseguir, de continuar, ou ao menos encontrem novamente o menino que um dia foram, que tinha um mundinho colorido de eternas possibilidades e que sabia fazer e desfazer com somente duas ferramentas: Imaginação e Vontade.

http://www.youtube.com/watch?v=1-ZTbVxpuDA&feature=channel_page

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