No cantinho escuro o coração bate, com medo e solidão ao seu lado, todos camuflados pela ausência de luz, tão reconfortante quanto assustadora, um caso ordenado, um caos organizado, um ambiente controlado, um ser apavorado com o próprio ser que pela vida veio a criar, um lâmpada que não cessa a tentar iluminar o estreito corredor da visão, o túnel ao qual estamos presos desde nossa concepção, de preconceitos e pensamentos rasos, limitados, frutos de uma criatura sem compreensão.
Num mundo que se limita a túneis abafados e corredores de paredes espessas, destaca-se quem sabe olhar pelas janelas nos dias de chuvas para procurar o sol entre as nuvens, quem aprendeu com o caminha como abrir os olhos para buscar algo além desse único sentido, dessa única sensação, que está apto a não se limitar ao ver e tentar alcançar com as mãos um objetivo maior que a procriação.
E ao sol que brilha em seu reino distante, fica de anjo um cavaleiro errante, aos berros, deseperado, informando à quem orbita esta ínfima estante que poucos são os merecedores da eternidade, verdadeiras celebridades cuja influência testa a vontade da própria humanidade, sendo motivo de debate tanto pelo que fizeram quanto pelo que foram, o que lhes constituía e o que construíram, o que será contruído pelo homem por eles constituído, a questão do ciclo, das gerações e da união, entre físico e psíquico, extrasensorial e universal, uma questão de compreensão.
Pergunto ao ar, se acima das nuvems se poder ver melhor o clarear de uma geração tão apegada ao bem-estar, tão apegada ao prevenir, remediar, tão temente ao errar, tanto que prefere parar e se proteger que machucar o pé no meio do caminhar.
E pergunto se estar lá em cima não seria paradoxal.
Já que meus pés estão tão bem cuidados aqui em baixo.
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