Grey Matter

sexta-feira, 17 de junho de 2011
Ordens de cunho importante, opiniões de um contexto relevante, conteúdo que escapa das curvas da highway da vida e cai sobre nossas cabeças com a força de um caminhão. Acontecimentos irreverentes, pessoas diferentes, aquele calorzinho da indignação, a fúria de uma paixão, sensações coloridas fugindo da massa cinzenta.

Minha criação, minha concepção, com toda uma dose de ignorância da situação, do resto do mundo, da expressão. Como se o mundo não fosse me pedir de volta todas as coisas que influenciaram cada letra dessas palavras, coisa do egoísmo do 'criador', que fala e faz sem ver nos outros a própria dor.
E o fogo o consome, chama atraente, vermelha e quente, puxando-o como uma linda libélula viciada no perigo, na cegueira de uma paixão, com um riso desconcertante e uma fúria incessante, mágoa, amargura, constante, represália da criatura sobre o mundo, nunca pensante, como se o qeu sentisse fizesse diferença mas... era tal sua crença, insignificante como fosse.

Crer apenas no que poderia analizar, ver, calcular, ser, limitação da mente quanto à lógica da própria aversão para tudo aquilo que lhe escapava às mãos, tudo que escapava a visão, a mente, o coração. Se não via, não sentia, se não sentia, não acreditava, se não acreditava, desconsiderava, ofendia, inflamava. Punha fogo no desconhecido, ateava chamas sem deixar vestígios pois esses eram o que mais lhe doíam, os restos das próprias falhas, os pedaços da própria mente que lentamente deixava cair ao longo da estrada, numa trilha longa que ilustrava a decomposição do homem, a desfragmentação do frouxo ser, sem vontade, sem desejo, sem saber viver.

Ao fim restou-lhe então, ignorar o caminho com os olhos esbugalhados, seu trabalho finalizado, seu mundo acabado, sua estranha ciência enterrada, suas crenças esmigalhadas.

E sua vida? Nas nuvens, pronta para chover sobre todos nós numa brechinha do verão.

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