Da Cultura

quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Essência de civilizações e de tudo que nos permeia, base para nossos costumes da cabeça até as meias, um grande mecanismo, puro, intocável porém mutável, consequência do tempo e de nossos atos, do girar da engrenagem corroída que com nosso suor fazemos, sem exceção, girar.
Velho, novo, pequeno, grande forte ou fraco, cada um contribui com sua força à mãe Cultura e ela lhes retribui com costumes e atos, mantidos e retirados para o gosto e o desgosto popular, sendo esse sempre aquele a mandar, ainda que sob algumas influências, no andar da nossa carruagem.

O capitalismo, comunismo, movimento popular da cultura do melhor vendido, mais bonito, estético, belo se pudesse eu levemente blasfemar, quiçá reclamar. De que podemos reclamar se, no fim das contas, da nossa visão sem compreensão é que floresce as coisas que tocamos? Se o barato vende só o faz porquÊ há quem compre, se o produto encarece só o faz pela ação de muitos ou poucos, que, direta ou indiretamente apoiamos, numa sensação de prisão e falta de opção quando, no fundo, controlamos tudo isso com a palma da mão, numa discussão que só vai acabar quando o ser humano realizar que sua evolução jaz justamente nos braços da expansão da visão, da compreensão.

E num mundo particularmente utópico não seria difícil ver o fim dos conflitos, dada a então capacidade humana e individual de não se fechar no próprio mundinho e sim entender o drama da existência alheia, quando finalmente o egoísmo voltar a ser um ponto num cantinho escuro de nosso quarto, visível porém pouco significante, companheiro tal qual todo sentimento.
Quem sabe o mundo seja então feito de filósofos que possam colocar em letras as realizações de sua consciência, tal qual grandes cantores o fizeram em tempos antigos, num cantar que mais que comover, fazia retratar um quadro muito maior do que poderiam imaginar, uma extensão da cultura, da raíz, do passado, presente e um imaginável futuro em ritmo, tom e melodia.

Um longo caminho, com certeza, de pedras, arranhos e vinhas, madeira, metal, concreto e sol, amarelo, cinza ou vermelho. Árduo mas necessário, que existame sempre os que lutem a boa luta, que compreendam a marcha e não se limitem a tocar em frente, que possa distinguir as massas das maçãs, com amor, paz e chuva.

Para que não fiquemos eternamente presos nessa velha "Highway"

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